Idade do Ferro

Localizado no extremo ocidental da Meseta Ibérica, no interior norte de Portugal, o Vale do Côa está a poucos quilômetros da fronteira com a Espanha.

O Baixo Côa, situado próximo ao limite ocidental da Meseta Ibérica, é definido pela grande falha geológica que se estende desde a Serra da Estrela, em Portugal, até Puebla de Sanabria, na Espanha. Antes do término dessa falha, o rio Côa começou a esculpir um vale profundo, com cerca de 400 metros de diferença de altitude em relação ao planalto circundante, formando uma barreira natural. Foi nessa região, em 1991, durante a construção de uma barragem hidroelétrica que ameaçava submergir o vale, que se iniciou a descoberta do maior conjunto de arte paleolítica ao ar livre. A intervenção dos portugueses e da comunidade científica internacional resultou no abandono do projeto da barragem, e a arte rupestre foi reconhecida como Património Mundial da UNESCO em 1998.

Embora o Vale do Côa seja reconhecido principalmente pelo seu impressionante conjunto de arte paleolítica ao ar livre, que remonta até ao século XXI, também apresenta outras fases artísticas significativas. Destaca-se, entre elas, a arte rupestre da Idade do Ferro, que constitui a segunda fase mais relevante da arte rupestre no Vale do Côa, identificada em 46 núcleos de arte distintos, totalizando 455 rochas gravadas (Reis 2014).


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